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REPRESENTATIVIDADE NOS LIVROS INFANTIS: UMA FERRAMENTA PARA A AUTO ESTIMA

Num mundo tão colorido e cheio de pessoas e culturas diferentes, a representatividade é um tema que ganha cada vez mais espaço. Afinal, se há tantas coisas diferentes para aprender e ver, por que estamos em contato sempre com uma parte tão pequena desse universo? 

Na literatura infantil não é diferente. Durante muito tempo, as crianças de todo o mundo liam primordialmente contos de fadas – histórias lúdicas, divertidas e que a gente ama, mas que costumam ter personagens com pele muito clara, olhos azuis e que se passam em climas frios. 

Então perguntamos: onde estão as histórias das princesas e personagens que não são assim? 

Construindo valores na primeira infância 

Histórias com personagens não brancos existem e são muitas. Elas trazem tanto prazer na leitura quanto os nossos amados contos de fadas, só que nelas existe um “bônus”: elas criam uma identificação com crianças que não se enxergavam nas histórias tradicionais, como as crianças negras. Além disso, apresentam para todos os pequenos, independente da cor ou etnia, situações diferentes e outras formas de ver o mundo. 

Sabemos que a primeira infância é uma fase essencial na formação da criança e do adulto que ela será. Nessa fase, até os 6 anos, tudo o que ela aprender, sentir e viver, ficará gravado em sua mente e em seu comportamento para sempre. Por isso, é importante trazer referências que enriqueçam a vida da criança que ela é agora e da pessoa que ela será depois. 

Quando uma criança negra, por exemplo, lê apenas histórias com personagens de pele clara, ela entende que aquele mundo é o certo. E, por consequência, ela está errada em ser diferente. Ao ler histórias com personagens que parecem com ela, ela se enxerga e entende que esse mundo tão grande também abraça pessoas como ela. 

Já quando uma criança não negra lê histórias com personagens negros ou de outras etnias, ela descobre um mundo e uma cultura diferentes. Ela descobre outras formas válidas de ser, outros tipos de heróis, heroínas e outras estéticas. Ou seja, todo mundo sai ganhando. 

Trazendo discussões importantes  

Uma forma comum de apresentar valores e discutir assuntos mais complexos é por meio dos livros. Temas complexos, como amizade, amor, luto e desigualdade já são temas recorrentes em obras infantis. E que bom! Afinal, são de grande relevância, independente da idade. Mas, na literatura infantil, esses assuntos vêm carregados de ludicidade e delicadeza, seja nas palavras ou nas ilustrações. 

Em um mundo onde as questões raciais ainda precisam ser discutidas, trazer para o seu pequeno um livro com personagens negros é abrir uma porta para que ele também participe desse debate. 

No livro “Yehunda”, lançamento da Saber e Ler, temos a história de uma cativante menina que vive nos Estados Unidos na época da escravidão. Ao longo da obra, as crianças se deparam com essa parte difícil da nossa História, mas de uma forma leve e cheia de esperança num futuro com mais igualdade. Afinal, Yehuda tem um relacionamento muito próximo com o filho do dono da fazenda onde ela mora, um garoto branco (para descobrir o final dessa história, confira o livro na íntegra).

Mais que discutir a escravidão, esse livro é um convite para todas as crianças amarem as pessoas diferentes. Até porque, como dissemos no início deste artigo, o mundo é grande e diverso, e todas as culturas podem nos enriquecer.

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