O jovem gambá Tobi está em férias escolares.
Como acontece com muitas crianças, ele se sente entediado e sozinho, porque está rodeado de brinquedos em sua casa, mas não tem amigos com quem brincar. Seus amigos, ao que parece, viajaram. Tomado aquela “nhaca” que preenche alma até dos adultos entediados, Tobi decide sair com sua bola para a rua, à espera que algo fora do comum das horas aconteça. E, de fato, isso ocorre: na rua, o extraordinário o aguarda.
Os demais personagens do livro, todos animais ambientados em uma rua calma, são cidadãos mais velhos, fruindo seu tempo em grupo. Tobi continua chateado, andando com sua bola 1… A princípio, ele olha a rua e estranha a presença de tantos velhos.
Mas as crianças têm uma relação muito interessante e divertida com os velhos: se, por um lado, elas entendem que são pessoas diferentes delas, por outro, elas são convictas de que velhos não são adultos²(velhos andam e falam diferente de adultos e, assim como as crianças, eles têm amigos, dão risadas de bobeiras, não podem comer tudo que querem, entre outros…)
Tobi, então, encontra na praça um velho gentil, que inicia uma conversa agradável e interessante. E essa conversa se transforma em outra e em mais outra… E esse velho apresenta a Tobi outros velhos, tão interessantes quanto ele. E a conversa se torna ainda mais divertida! Mas qual será o sucesso dessa diversão? Fusão de interesses: velhos adoram falar sobre a vida e o passado, olhar para trás com sabedoria presente e enxergar a beleza da vida e deles mesmos; enquanto as crianças adoram ouvir e imaginar histórias de terras e mundos desconhecidos, de um tempo de fantasia que normalmente ocorrem “muitos e muitos anos atrás”. É como já dissemos: se são espontâneas e sinceras, relações assim são fadadas ao sucesso.
A nós, adultos expectadores dessa magia, cabe propiciar a essas “duas pontas da vida” todas as condições para que aqueles que, direta ou indiretamente, cuidaram de nós tenham momentos maravilhosos com aqueles de quem cuidamos, direta ou indiretamente. Daniel Munduruku costuma explicar, em suas palestras, que, para os indígenas, ser pai e mãe é um pedágio para ser avô e avó. Talvez seja mesmo..
Ao final da história, Tobi, motivadíssimo, toma uma grande decisão de vida: quando crescer, ele quer ser velho! Que bom, afinal, é isso que todos nós seremos pelo correr da vida… Ou será que todos nós também decidimos, numa roda de conversa na infância, que seríamos velhos?
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