Por Kátia Chiaradia

Antes de tudo, embora bastante lógico, é bom avisar: só continue a ler esta resenha se você já conhece os primeiros quatro volumes de “Os Caras Malvados”, afinal, é muito difícil falar do quinto capítulo de uma série sem mencionar os quatro primeiros. A partir daqui, os spoilers são por conta e risco de quem seguir a leitura.

Se você ainda não conhece a série, mas decidiu continuar esta leitura, aqui vai um pequeno resumo: “Os Caras Malvados”, do celebrado australiano Aaron Blabey, conta a história de um grupo de vilões. Ou talvez sejam ex-vilões. Ou talvez sejam vilões tentando ser ex-vilões. Lobo, Cobra, Tubarão, Piranha e Patinhas têm jeito de caras malvados, parecem-se com caras malvados, mas, estão tentando mudar isso a todo custo. Em meio a muitos conflitos internos (do grupo e de cada um), essa gangue leva a vida em busca de restabelecer a justiça e tornar o mundo um lugar melhor.

Mas por quê?

Para que todos vivam de maneira justa? Ou será para que cada um deles passe a ter uma ideia melhor de si e, assim, seja feliz? É possível responder a esse porquê? Talvez porque eles sejam uma família, daquelas com que a gente escolhe estar diariamente.

E o que heróis e famílias fazem quando algo dá errado? Essa pergunta, sim, pode ser respondida! E foi, para quem chegou até a última página do volume 4: todos lutam juntos, mesmo depois de brigas, mesmo que seja para dar a própria vida pela coisa certa a se fazer. O volume 4 terminou com os heróis salvando o mundo do ataque de zumbichanos, mas também com o Dr. Marmelada, o pior de todos os vilões com cara de fofo, revelando mais uma arma na tentativa de acabar com o planeta Terra.

(Aliás, qual será o problema dos vilões com a Terra inteira?)

E é nesse ponto que começa o volume 5, com a Tiffany Fluffit anunciando no Jornal do canal 6 que era chegado “o fim do mundo!”. O nosso time de bonzinhos tenta avisar, mas ninguém acredita que o raio fofo-zilla está na lua, assim como o Dr. Marmelada.

Ou seja, dessa vez, para salvar o planeta, o time de heróis precisará sair dele, com um plano muito improvável de “emprestar” um foguete da estação espacial. Agente Fox e a Liga de Heróis ficam na Terra para tentar proteger a população do massivo ataque causado pelo raio fofo-zillador. A caminho da Lua, seguem Lobo, Tubarão, Cobra, Piranha e Patinhas. Mas alguém saberia pilotar um foguete? Sem a Agente Fox por perto, as chances de eles fazerem uma bagunça aumenta muito – e aumentam também nossas gargalhadas com o plano “infalível” que o Sr. Lobo desenvolve, envolvendo burritos, para derrotar o Dr. Marmelada. Acho que foi o volume com que mais ri (1)!

Do ponto de vista da forma, podemos esperar ao longo da série aquilo que vemos em qualquer história em quadrinhos: a ilustração diz tanto quanto o texto escrito, os diálogos são dinâmicos e os finais são marcados por cliffhangers (ou ganchos), um recurso popular em HQs, novelas e folhetins do século 19. E dessa vez vou fechar o texto com um desafio que envolve os formatos das letras e que nos divertiu muito aqui em casa: tentem ler a página 40 e depois elejam quem foi o melhor leitor (mas é preciso considerar a maneira como as letras estão escritas!). 

Tema transversal dos PCNs: Ética; Pluralidade Cultural;

Campos de atuação (BNCC- Ensino Fundamental): Campo artístico-literário;

Código BISAC: JUV 008040

(1) e que eu mais me lembrei das aulas de química (que eu adorava!) da escola!

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