Blog da Saber e Ler

#HoraDaResenha: MANU

Por Kátia Chiaradia

 

Manu é uma criança.

Por acaso ela é uma menina e, por acaso, ela se chama Manu. Ela poderia ser qualquer criança porque é isso que ela é mesmo, antes de tudo: criança.

Sendo criança, Manu só sabe nos dar o melhor de si, que é a maneira como ela vai vivendo, percebendo e sentindo o mundo.

Quem, já encoberto pelo peso da vida adulta nos ombros, teve a oportunidade de conviver com crianças, principalmente as bem pequenas, sabe como elas olham para o mundo com muito mais interesse e vivacidade que nós, adultos já cegos. Certa vez, eu me atrasei 40 min a um compromisso porque meu sobrinho ficou acompanhando atentamente uma mariposa em um jardim público. Ele a olhava com tanta atenção e devoção que, se eu dissesse “Vamos?”, eu assassinaria ali mesmo 15kg de pura ciência investigativa. No caminho, ele me falou das patas, dos micro-pêlos, dos movimentos, dos olhos, das cores (ele viu cores!) e eu percebi que nunca havia visto uma mariposa. A mariposa é um universo.

A Manu é assim, essa criança que temos perto de nós e que nos ensina a (re)ver o mundo com mais comprometimento com a vida que corre em nosso corpo. Manu é simples, é criança, é uma adestradora de universos.

Manu é personagem de três livros de Juan Chavetta: “Manu”, “Manu e a Cuca” e “Manu- Pintora de sonhos”, publicados nessa ordem. Embora os livros não tenham uma sequência cronológica obrigatória, ou seja, podem ser adquiridos e lidos de maneira independente, a ordem de publicação é bastante produtiva para a construção da personagem.

O primeiro livro, “Manu”, é um doce conjunto de retratos e nos faz lembrar aqueles livros de memória que muitas famílias fazem de suas crianças, com fotos e momentos especiais, além das impagáveis quotes que só a primeira infância pode nos dar. Esse formato, que brinca com o tradicional e o moderno, não nos obriga a ler as páginas na sequência como estão compiladas na edição. Nele, vemos uma Manu muito ligada aos pais, no início da descoberta de sua paixão pelo mundo.

No segundo livro, “Manu e a Cuca”, como o título já escancara, nossa protagonista se depara com ninguém mais e ninguém menos que a Cuca, aquela que os pais acionam para pegar crianças que não dormem. Manu, na mais absoluta empatia, percebendo que a Cuca parecia triste, decide escrever um verbete biográfico de como ela via a Cuca, o qual ela chamou de “Cuconário”. É meu livro predileto dessa tríade, por uma razão muito pessoal: eu tendo a amar os esquisitos.

O terceiro livro é o mais poético. Em “Manu- Pintora de sonhos”, Manu já se percebe indivíduo, e sua identidade começa a se desenhar mais claramente para o leitor. Na convivência com amigos, ela descobre que, à noite, todos sonham colorido, enquanto ela sonha preto e branco. Refletindo sobre isso com seu amigo (imaginário?) Vitor, Manu elabora engenhosos planos para levar cores a seus sonhos. A solução para seu problema vem de fora e de dentro dela ao mesmo tempo. É tocante. Além disso, nas últimas páginas, somos presenteados por uma sequência de retratos que dialogam e homenageiam grandes nomes mundiais da pintura, como Munch, Van Gogh e Warhol.

Manu é muito querida na Argentina, onde outra esperta garotinha, também de franjas, há décadas faz adultos pensarem ao lerem seus quadrinhos. Quase diariamente, Juan Chavetta, um dos principais ilustradores daqui da Editora Saber e Ler, nos conta algo da Manu em sua página do Facebook.

 

Campos de atuação da BNCC- Ensino Fundamental: Campo artístico-literário; Campo da vida cotidiana;

Tema transversal dos PCNs: Ética; Pluralidade Cultural;

 

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